1.

eu deveria estar trabalhando em um artigo científico do mestrado, mas tô aqui criando provas contra mim e testando essa plataforma que eu nem sei bem o que é, mas parece com algo que eu gostaria de ter. isso me faz pensar na vida quase autônoma da nossa atenção que se dedica mais ao que quer e menos ao que precisa na maioria das vezes, a não ser que seja inevitável.

2.

duas coisas desse leaflet que me atraíram por enquanto são o fato de que a) ele não é o substack e b) ele parece ser, ainda, simples e com poucos recursos; limitado mesmo.

3.

o substack começou muito bem, mas, à medida que foi avançando, foram aparecendo problemas que, na verdade, sempre estiveram lá. o laranjinha das newsletters nunca foi transparente quanto ao seu funcionamento e isso acabou ficando mais evidente quando surgiu o notes, a versão deles do falecido twitter. a princípio o notes até me incentivou a largar o X do quico do foguete. porém, até hoje, ninguém sabe exatamente como o algoritmo daquela joça funciona. a única coisa que se sabe é que se você tiver uma quantidade legal de inscritos você consegue uma quantidade legal de seguidores, essas duas métricas se intercambiam e, com isso, seus posts chegam a algum lugar se você fizer direitinho o trabalho de postar coisas interessantes ou que sejam do interessa das pessoas que lá estão (o que obviamente não é a mesma coisa).

a outra questão do substack é que eles oferecem um serviço de newsletter que é sim bem legal, mas a custo da padronização de tudo o que tá lá. é muito difícil fazer algo que você possa chamar "meu" lá. isso tem a ver com a forma, mas, acredito, em algum momento vai pro conteúdo e fica tudo mais ou menos meio parecido (eu por exemplo, não separava meus textos com numerinhos assim, comecei por que lá era legal — na verdade, acho que é prático também pra quando os textos são maiorzinhos e as pessoas têm a tendência de ler aos poucos). por fim, já estavam usando substack como sinônimo pra newsletter. quem não acha isso triste, provavelmente nunca escreveu num tumblr no seu melhor (?) momento (o meu se chamava "a praia é emotiva") ou teve um blogue.

por fim, mas não menos importante, os nazistas são uma questão incômoda. canais assumidamente nazistas estão aparecendo aqui e ali por lá e a rede não faz nada. eu já tinha notado uns canais de comunicação conservadores que tinham gente de um naipe muito duvidoso no substack, mas nada realmente criminoso (só desonesto, tosco, fubango, etc.) — então deixa estar, democracia né ¬¬').

mas recentemente levantaram suástica e tudo, aí não dá.

4.

outra coisa são os recursos. eu fecho muito com quem falou em algum post do bluesky que a gente tem que destruir conteúdo e não produzir conteúdo. assim, quanto mais funcionalidade vai aparecendo nas plataformas, pior eu acho. olhando rapidamente aqui no leaflet, vejo umas funcionalidadezinhas, mas tudo é meio mambembe ainda, o que muito me interessa.

acho que são as limitações que atiçam a criatividade e, se não for esse o caso, com menos papagaiagem dá pra focar naquilo que eu realmente gosto de publicar: texto!.

5.

enfim, escrevi isso num editor de texto travando (achei que fosse perder o texto várias vezes — no próximo, vou digitar num bloco de notas e colar aqui de vez) e fiz uma revisão muito porca.

curti a vibe internet 2010.

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por ora, é isso

att, JV